A atriz Vera Fischer, prestes a completar 74 anos, refletiu sobre o envelhecimento e a falta de espaço para artistas veteranos na televisão. A artista, que está em cartaz com a peça O Casal Mais Sexy da América, aborda o tema no espetáculo e defende a necessidade de discutir o assunto com mais profundidade.
Vera Fischer destacou a dificuldade que profissionais mais velhos enfrentam no mercado de trabalho artístico. “Essa coisa dos atores que foram muito famosos quando jovens e que, ao chegar numa certa idade, 60, 70 anos –no meu caso, quase 74–, têm dificuldade de conseguir ser chamados para trabalhos importantes”, afirmou.
Em entrevista ao portal Leo Dias, a atriz revelou que o tema foi um dos principais atrativos para aceitar o papel. “É justamente o que a minha personagem, Susan, fala no texto, e o personagem do Leonardo Franco, que também foi um ator muito famoso. Acho que isso foi uma das coisas que mais me chamou atenção à primeira vista”, revelou.
A veterana destacou que a confiança na equipe foi outro fator decisivo. “Em primeiro lugar, tenho muita confiança no diretor Tadeu Aguiar e no Eduardo Bach, que são os dois produtores, fizemos uma outra peça, Quando Eu For Mãe Quero Amar Desse Jeito, que foi um sucesso extraordinário. Além disso, quando li o texto, vi que era algo muito atual”, ressaltou.
Vera Fischer debate preconceito além da arte
O espetáculo já foi visto por mais de 50 mil pessoas em 25 cidades e discute envelhecimento, igualdade de gênero e ética. Para Vera Fischer, o debate sobre o etarismo é amplo. “Fica muito claro na peça como as pessoas têm dificuldade em lidar com o envelhecimento –e isso não acontece só com atores. Em várias profissões, as pessoas também sofrem esse preconceito. Tanto mulheres quanto homens”, ponderou.
A atriz também comentou sobre os padrões de relacionamento. “Normalmente, um homem mais velho consegue namorar uma mulher mais jovem, mas o contrário ainda é difícil. O importante é que duas pessoas se encontrem na mesma idade, e isso acontece na peça”, destacou. A montagem usa humor e sensibilidade para abordar o amadurecimento.
A artista concluiu falando sobre a recepção do público à discussão. “A gente discute essa maturidade, tanto na carreira quanto no amor. O público tem gostado muito e vem nos contar, depois da peça, que também passam pelas mesmas situações. É muito interessante”, finalizou a veterana.


